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Hoje começamos te fazendo uma pergunta: para um produto ser lançado e dar certo no mercado atual, ele precisa ser inovador?
É muito provável que, de primeira, a sua resposta tenha sido sim. Porém, ao longo deste texto, você vai perceber que as coisas não funcionam dessa forma.
A ideia fundamental por trás da teoria “Jobs To Be Done” (ou “Tarefas a Serem Feitas”, em tradução livre) é que as empresas que prosperam a longo prazo no mercado e alcançam o sucesso se concentram nas funções que seus produtos desempenham, em vez de dependerem necessariamente de ideias inovadoras.
Neste artigo, você conhecerá essa metodologia, seus benefícios e entenderá como aplicá-la.
O que é a teoria Jobs To Be Done e como ela funciona?
O conceito de Jobs To Be Done foi popularizado por Clayton Christensen, professor de Administração em Harvard, no livro “The Innovator’s Dilemma”, publicado originalmente em 1997. Segundo Christensen, as pessoas “contratam” produtos e serviços com o propósito de executar tarefas em suas vidas.
Dessa forma, o JTBD tem como premissa básica compreender a função do cliente na relação com um produto ou serviço, onde a unidade de análise é a tarefa em questão, e não o produto.
Essa metodologia parte do princípio de que, ao adotar a perspectiva Jobs to be done, clientes, mercados, necessidades, segmentos e oportunidades se apresentam de maneira diferente. Ela se baseia em três pilares:
1 – As pessoas adquirem produtos e serviços para realizar tarefas específicas.
2 – As tarefas são consistentes ao longo do tempo, permanecendo como elementos constantes.
3 – Uma tarefa pode ser qualquer atividade que um grupo de pessoas busca realizar.
Com base nesses princípios, a equação Jobs to be done se resume da seguinte forma:
Mercado = “executor da tarefa” + “tarefa a ser feita”
3 benefícios do Jobs To Be Done
Incorporar essa metodologia a um negócio oferece diversos benefícios, incluindo:
1. Estímulo à inovação de produtos
Ao adotar a abordagem centrada nas tarefas realizadas pelas pessoas, o Jobs To Be Done possibilita a criação de novos produtos e serviços inovadores no mercado.
Como exemplo, pode-se citar o lançamento do iPod pela Apple, que tornou obsoletos os dispositivos de áudio anteriores.
2. Aperfeiçoamento contínuo dos produtos
Ao questionar constantemente as demandas executadas pelos consumidores, novas funcionalidades e melhorias podem ser incorporadas.
A função de download offline do Spotify, por exemplo, foi desenvolvida para facilitar a ação dos usuários de ouvir música, mesmo quando não possuem acesso à internet.
Adotar o modelo JTBD traz consigo benefícios como aprendizado contínuo e uma maior integração dentro da empresa. A implementação dos “Jobs To Be Done” pode ser integrada à Jornada do Cliente.
3. Promoção da colaboração multifuncional
O JTBD promove uma quebra na estrutura convencional da empresa, incentivando uma maior colaboração entre as equipes. Todos os departamentos da organização são orientados a compreender e atender às necessidades dos clientes em relação ao uso de produtos ou serviços.
Isso leva a um foco organizacional nas demandas realizadas pelos clientes e em como aprimorá-las.
Como colocar o Jobs To Be Done em prática?
Agora que você já conhece a metodologia e seus benefícios, é hora de entender como aplicá-la na prática. Para isso, é preciso seguir 7 passos:
1. Delimite a tarefa: utilize a fórmula JTBD para identificar a tarefa que seu produto ou serviço visa ajudar a realizar.
2. Pesquise e entreviste clientes: valide a demanda entrevistando potenciais consumidores para garantir que seu produto realmente atende às necessidades da tarefa em questão.
3. Identifique Expectativas: amplie sua pesquisa para entender as expectativas dos mesmos em relação à experiência de compra e ao relacionamento com a empresa.
4. Avalie a Concorrência: analise a concorrência para descobrir oportunidades de aprimoramento ou para preencher lacunas deixadas por outros produtos.
5. Verifique a eficácia: certifique-se de que seu produto ou serviço cumpre o que promete, facilitando a execução da tarefa pelo consumidor.
6. Monitore indicadores-chave: estabeleça KPIs e mantenha um acompanhamento regular dos resultados para identificar novas oportunidades e melhorias.
7. Integre personas e JTBD: combine a metodologia JTBD com estratégias de definição de personas para facilitar a identificação das tarefas a serem executadas.
A Nike como case de sucesso do JTBD
Diversas empresas já foram bem sucedidas ao aplicar a metodologia do Jobs To Be Done, e a Nike é uma delas.
Na década de 1960, Bill Bowerman, técnico de atletismo e cofundador da Nike, idealizou a criação de um tênis que permitisse aos corredores aumentar sua velocidade e reduzir o risco de lesões. Esse conceito deu origem ao Cortez, que se transformou em um pilar fundamental do portfólio da marca.
A partir do sucesso do tênis, a empresa continuou a inovar, desenvolvendo produtos que aprimoram o desempenho de atletas de todos os níveis, consolidando-se como a maior marca de calçados esportivos do mundo.
Se você ainda não conhecia essa metodologia, que tal considerá-la para alavancar seus negócios de agora em diante?
