O Cirque du Soleil é uma companhia multinacional de entretenimento, sediada no Canadá. Fundada em 1984, ela é comandada por Guy Laliberté, possui 5.000 funcionários e, atualmente, fatura cerca de US$800 milhões por ano.
Além da grandiosidade de suas apresentações, a organização também é reconhecida como um dos principais casos de liderança de sucesso. Por trás disso, a administração do Cirque du Soleil utiliza o modelo da dominância cerebral para gerenciar.
O modelo da dominância cerebral
O modelo da dominância cerebral, proposto por Ned Herrmann, avalia como cada indivíduo processa uma informação e qual é o seu estilo particular de aprendizagem.
Assim, este conceito afirma que o cérebro apresenta quatro quadrantes e, no geral, todos nós apresentamos uma predisposição a alguma destas tipologias. São elas: pessoas analíticas, organizadas, emotivas e holísticas.
Enquanto as analíticas são consideradas muito racionais e agem a partir de fatos concretos, as organizadoras gostam que toda ação seja previamente planejada e previsível. Já as emotivas sentem mais necessidade de conexão com o próximo e são mais espontâneas, ao passo que as holísticas são altamente criativas e gostam de inovar.
Diante deste contexto, Herrmann afirma ser possível que uma pessoa se identifique com mais de uma área. Inclusive, dados sobre o Herrmann Brain Dominance Instrument (HBDI) dizem que quase 60% da população costuma ter características em mais de uma destas quatro tipologias.
A liderança no Cirque du Soleil
Liderar milhares de pessoas não é uma tarefa fácil, e fazê-la entendendo que cada um tem a sua maneira de receber e interpretar informações pode tornar o cotidiano muito mais harmonioso.
Em sua participação no 2º Congresso Virtual de Recursos Humanos, o diretor-sócio da MOT (Mudanças Organizacionais e Treinamento), Alfredo Castro, pontuou algumas características de Guy Laliberté que foram fundamentais para o sucesso da administração do Cirque.
Dentre elas, pode-se citar:
- Determinação;
- Compromisso com um ideal;
- Resiliência;
- Respeito à diversidade;
- Visão coletiva;
- Paixão pelo que é feito.
Além disso, sua cultura evidencia histórias, sonhos, uma combinação de arte com negócios e o equilíbrio entre a criatividade e a organização.
Dessa forma, eles também levam em consideração estes valores na hora de recrutar talentos para o Circo do Sol.
O recrutamento no Cirque du Soleil
O recrutamento do Cirque du Soleil é constante ao redor do mundo, e acontece por meio de olheiros que convocam os profissionais para um treinamento no Canadá durante três meses. Após esse treinamento, eles selecionam os candidatos e, aqueles que não escolhem, passam a ter suas informações em um ‘banco de dados’ da companhia.
A partir de então, a empresa começa a investir na capacitação e desenvolvimento de todos os seus talentos. Eles realizam o denominado treinamento diferenciado, proveniente de demandas de empresas clientes.
Adaptado às necessidades de cada organização, ele consiste em desenvolver a atuação dos colaboradores por competências e trabalha a forma como eles se relacionam com os clientes. Assim, realiza dinâmicas que a fazem se colocar no lugar daqueles que consomem seus serviços.
No Cirque, um artista recebe um ingresso e se senta junto à plateia, para experimentar as emoções sentidas durante o espetáculo e entender qual é o sentido do seu trabalho, de modo a gerar um compromisso efetivo.
No final das contas, esses treinamentos também cooperam para que recrutamentos internos e oportunidades de carreira aconteçam na empresa.
Apesar de ser uma estratégia utilizada há muitos anos dentro da companhia, ela ainda se mostra muito atual. Isso porque, atualmente, as lideranças se preocupam cada vez mais com a diversidade e o fit cultural ao recrutar profissionais para os seus times.
Em suma, o modo de liderança do Cirque du Soleil demonstra que, desde sempre, eles se preocupam com a qualidade de vida de seus artistas e com a experiência que os espectadores terão ao assisti-los.
Portanto, promover uma gestão de pessoas que preza pela diversidade, inovação, trabalho em equipe e pelo constante aprendizado é o que os tornam o sucesso que são, dentro e fora dos palcos.